Cariocas votaram em Freixo com a urna e o bolso
31/12/12 00:00LEONARDO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O apoio dos eleitores de Marcelo Freixo, que concorreu pelo Psol à Prefeitura do Rio de Janeiro, pode não ter sido suficiente para elegê-lo, mas chama a atenção num país em que a maioria das candidaturas depende de recursos públicos e de empresas. Quase 98% dos R$ 1,1 milhão que Freixo arrecadou, segundo sua prestação de contas, foram doados por pessoas físicas: em dinheiro, em transferência eletrônica pela internet e por trabalho voluntário estimado em reais.
Na internet, o eleitorado de Freixo batalhou em busca de apoio nas redes sociais e conseguiu quase 3.000 “curtir” no Facebook e mais de 62 mil seguidores no Twitter. O trabalho de mobilização digital também incluiu um vídeo que explicava como doar para a campanha pela internet. Esse canal rendeu 15% de todas as doações recebidas pelo candidato: R$ 162 mil.
Em comparação aos valores que a ex-senadora Marina Silva e a presidente Dilma Rousseff (PT) levantaram pela internet no Brasil todo nas eleições presidenciais de 2010 –R$ 167 mil e R$ 170 mil, respectivamente–, o volume bruto de recursos arrecadado por Freixo numa campanha municipal é alto.
Mesmo assim, há quem veja esses números com ceticismo. Para o cientista político e professor da PUC-Rio Ricardo Ismael, o financiamento privado de pessoa física ainda é incipiente no Brasil. Segundo ele, ao se considerar que apenas 631 dos mais de 900 mil eleitores de Freixo fizeram doações, segundo os números do TSE, o poder de atração dos meios digitais fica relativizado.
“Os candidatos ainda têm um certo constrangimento em fazer essa socilitação de doações ao seu eleitorado. A questão é ter uma estratégia para ampliar a base dos doadores, mas ainda há uma certa timidez para isso”, afirma Ismael.
Para Freixo, no entanto, a avaliação é positiva. “Existe uma cultura a ser vencida, que é a do distanciamento do processo político. Mas nossa campanha teve sucesso em combater isso. Tinha uma identidade, um sentimento de pertencimento”, afirma.
O estrategista digital gaúcho Ricardo Cappra, que trabalhou nas duas campanhas vitoriosas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem um diagnóstico parecido. Para ele, apesar da tendência de maior participação virtual nas eleições brasileiras, não basta abrir o caixa na internet; é preciso saber “vender uma marca”, ou seja, uma causa. “E me parece que o Freixo conseguiu isso. Ele teve uma causa em que as pessoas acreditaram”, diz Cappra
Parte dessas doações (R$ 50,4 mil) é apenas estimada: 81 eleitores gastaram seu tempo para fazer panfletagem em nome do candidato, o que é contabilizado como contribuição equivalente a um salário mínimo (R$ 622). Apenas 8% desses eleitores eram filiados ao partido, segundo cruzamento feito pela Folha entre os bancos de contribuições eleitorais e de filiações partidárias.
Freixo subiu nas pesquisas eleitorais até o dia da eleição, 7 de outubro, mas a quantidade de doações teve seu pico em agosto (474) e despencou em setembro (31), segundo o TSE, justamente quando ele parecia mais próximo de chegar ao segundo turno contra Eduardo Paes.
Os dados internos da campanha de Freixo apontam, no entanto, para outra direção. O número de doações on-line saltou de 579 em agosto para 634 no mês seguinte. Os valores finais da arrecadação, porém, são semelhantes.
Não apenas cariocas, mas aqueles que acreditam nessa forma de fazer política. Sou paulista, voto em Guarulhos, mas colaborei nas redes sociais e por depósito bancário com a campanha do Freixo. E farei de novo.
Contribui com o maior prazer uma pequena quantia, pois tenho dificuldade, mas fiz propaganda no Facebook a todo momento, tirei fotos com ele, com a bandeira do PSOL e postei na minha página do Face.
uuuuuh é o FREIXO!
3.000 curtir no facebook??? Foi muito mais!