Holanda - Proximidade entre empresas e poder baixa custo de campanhas
31/12/12 00:00BRUNO LEE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em um país com tradição de debates sobre questões políticas e econômicas locais entre membros do governo e representantes dos setores privado e sindical, a influência do grande capital na campanha eleitoral tende a se diluir.
Na Holanda, empresários investem menos em candidaturas do que em países como o Brasil porque têm um canal aberto junto ao setor público para apresentar e defender suas demandas. Nesse contexto, os custos das campanhas eleitorais são mais baixos.
Nas eleições gerais de 2010, por exemplo, os partidos tinham entre € 7 e 9 milhões (R$ 18,9 e 24,3 milhões) para convencer os eleitores a votarem em seus candidatos, uma média de € 0,75 (R$ 2) por eleitor. No Brasil, os gastos com as campanhas de outubro somaram mais de R$ 4 bilhões.
“As empresas não costumam financiar campanhas políticas porque não desejam causar a impressão de querer influenciar os políticos. Os próprios políticos, por sua vez, em geral, também não querem ser associados às empresas”, acredita a chefe de assuntos políticos da embaixada dos Países Baixos em Brasília, Sara Cohen.
Apesar de pouco frequentes, doações de entidades privadas que superem € 4.537,80 (R$ 12,2 mil) devem ter origem, data e valor revelados. A fiscalização é feita pelo Ministério do Interior e das Relações Reais.
De onde vieram, então, os € 7 a 9 milhões obtidos pelos partidos em 2010? Em grande parte, de seu filiados: estima-se que entre 30% e 60% do financiamento das siglas venha dos próprios membros. Durante as campanhas, doações extras viabilizam a divulgação das candidaturas.
O governo holandês também colabora. Por ano, os partidos com assentos no Parlamento têm direito a € 15 milhões (R$ 40,5 milhões) de verba pública. No Brasil, as siglas brasileiras receberam, via fundo partidário, R$ 286,2 milhões neste ano.
Em comum, os dois países têm propaganda eleitoral gratuita na televisão.
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