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O Custo do Voto

Turma 54 do Programa de Treinamento percorre os caminhos do dinheiro na eleição

Perfil Projeto final da 54ª turma do Programa de Treinamento da Folha

Perfil completo

Uma campanha de cinco Itaquerões

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

Ilustração: Flávio Soares

Entre julho e outubro, um seleto grupo de brasileiros gastou recursos equivalentes a cinco obras do estádio Itaquerão, que receberá o jogo inaugural da Copa de 2014.

Quase meio milhão de candidatos a prefeito e a vereador utilizou R$ 4,1 bilhão em recursos públicos e privados, próprios ou captados, diretos e indiretos, para concorrer ao direito de, a partir da próxima terça-feira, influir nos rumos das 5.565 cidades brasileiras. Em média, a eleição custou aos candidatos R$ 29,44 para cada um dos 138,5 milhões de eleitores.

A 54ª turma do Programa de Treinamento em Jornalismo Diário da Folha levantou dados do custo do voto das capitais do Brasil para traçar perfis dos caminhos do dinheiro na eleição – da vereadora recordista de votos que rejeitou doações de empresas à prefeita que recebeu 100% dos seus recursos em doações ocultas, feitas por empresas a diretórios e comitês partidários. (Leia aqui todos os perfis.)

Em 2012, as doações registradas ficaram mais transparentes: a Justiça Eleitoral publicou pela primeira vez os detalhes dos doadores antes da eleição. Isso, segundo os especialistas entrevistados, torna o Brasil um dos países mais transparentes no tocante ao financiamento de campanhas, ainda que a fiscalização dos recursos deixe a desejar. As doações ocultas, feitas por meio dos partidos e que dificultam ligar doador e receptor, são consideradas benéficas por especialistas, por serem declaradas e teoricamente reduzirem a dependência dos candidatos em relação aos doadores.

O assunto, porém, segue como tabu entre os envolvidos. Doadores e candidatos dão uma resposta-padrão vaga a quem pede detalhes sobre o financiamento: “todas as doações estão dentro da lei”. Se não estivessem, dificilmente estariam registradas; o mero fato de estarem, porém, não encerra o assunto, que merece um debate mais claro.

Há pouco consenso quanto a como melhorar o sistema. Os projetos de reforma em debate no Congresso propõem principalmente o financiamento exclusivamente público. Nenhuma grande democracia do mundo utiliza esse modelo. Também há dúvidas sobre se a proibição do caixa um teria alguma eficácia no combate ao caixa dois.

Além do que é gasto pelos partidos, parte do custo da eleição já sai dos cofres públicos –cerca de R$ 1 bilhão. A Justiça Eleitoral gasta R$ 395,3 milhões em custos operacionais (transporte das urnas, segurança, pessoal, material) e R$ 606,1 milhões é o que o Tesouro deixa de arrecadar em impostos com o horário eleitoral gratuito.

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Siga o dinheiro

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

A lei eleitoral brasileira tenta disciplinar a origem e o destino do dinheiro que banca as campanhas eleitorais. Conheça no infográfico abaixo o que a lei eleitoral permite e proíbe a quem é candidato ou doador.

Nas reportagens, conheça as principais polêmicas e dificuldades de reforma do financiamento de campanhas.

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Cariocas votaram em Freixo com a urna e o bolso

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

LEONARDO VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O apoio dos eleitores de Marcelo Freixo, que concorreu pelo Psol à Prefeitura do Rio de Janeiro, pode não ter sido suficiente para elegê-lo, mas chama a atenção num país em que a maioria das candidaturas depende de recursos públicos e de empresas. Quase 98% dos R$ 1,1 milhão que Freixo arrecadou, segundo sua prestação de contas, foram doados por pessoas físicas: em dinheiro, em transferência eletrônica pela internet e por trabalho voluntário estimado em reais.

Daniel Marenco – 5.set.12/Folhapress

Na internet, o eleitorado de Freixo batalhou em busca de apoio nas redes sociais e conseguiu quase 3.000 “curtir” no Facebook e mais de 62 mil seguidores no Twitter. O trabalho de mobilização digital também incluiu um vídeo que explicava como doar para a campanha pela internet. Esse canal rendeu 15% de todas as doações recebidas pelo candidato: R$ 162 mil.

Em comparação aos valores que a ex-senadora Marina Silva e a presidente Dilma Rousseff (PT) levantaram pela internet no Brasil todo nas eleições presidenciais de 2010 –R$ 167 mil e R$ 170 mil, respectivamente–, o volume bruto de recursos arrecadado por Freixo numa campanha municipal é alto.

Mesmo assim, há quem veja esses números com ceticismo. Para o cientista político e professor da PUC-Rio Ricardo Ismael, o financiamento privado de pessoa física ainda é incipiente no Brasil. Segundo ele, ao se considerar que apenas 631 dos mais de 900 mil eleitores de Freixo fizeram doações, segundo os números do TSE, o poder de atração dos meios digitais fica relativizado.

“Os candidatos ainda têm um certo constrangimento em fazer essa socilitação de doações ao seu eleitorado. A questão é ter uma estratégia para ampliar a base dos doadores, mas ainda há uma certa timidez para isso”, afirma Ismael.

Para Freixo, no entanto, a avaliação é positiva. “Existe uma cultura a ser vencida, que é a do distanciamento do processo político. Mas nossa campanha teve sucesso em combater isso. Tinha uma identidade, um sentimento de pertencimento”, afirma.

O estrategista digital gaúcho Ricardo Cappra, que trabalhou nas duas campanhas vitoriosas do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem um diagnóstico parecido. Para ele, apesar da tendência de maior participação virtual nas eleições brasileiras, não basta abrir o caixa na internet; é preciso saber “vender uma marca”, ou seja, uma causa. “E me parece que o Freixo conseguiu isso. Ele teve uma causa em que as pessoas acreditaram”, diz Cappra

Parte dessas doações (R$ 50,4 mil) é apenas estimada: 81 eleitores gastaram seu tempo para fazer panfletagem em nome do candidato, o que é contabilizado como contribuição equivalente a um salário mínimo (R$ 622). Apenas 8% desses eleitores eram filiados ao partido, segundo cruzamento feito pela Folha entre os bancos de contribuições eleitorais e de filiações partidárias.

Freixo subiu nas pesquisas eleitorais até o dia da eleição, 7 de outubro, mas a quantidade de doações teve seu pico em agosto (474) e despencou em setembro (31), segundo o TSE, justamente quando ele parecia mais próximo de chegar ao segundo turno contra Eduardo Paes.

Os dados internos da campanha de Freixo apontam, no entanto, para outra direção. O número de doações on-line saltou de 579 em agosto para 634 no mês seguinte. Os valores finais da arrecadação, porém, são semelhantes.

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Suécia – País pioneiro em transparência não abre contas eleitorais

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

BRUNO LEE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na Suécia, país eleito em 2008 pela revista “The Economist” como o mais democrático do mundo, os partidos políticos não são obrigados a divulgar as fontes das doações recebidas, o que já foi alvo de críticas por parte do Grupo de Estados Europeus Contra a Corrupção (Greco, em inglês).

As siglas devem ter suas contas anuais checadas por um contador autorizado pelo governo. No entanto, mesmo no país que foi pioneiro em aprovar uma lei de acesso a informações públicas, em 1766, os relatórios de financiamento eleitoral até hoje não são divulgados.

O primeiro-ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, durante visita a Brasília em 2011

Em 2010, houve uma tentativa da oposição no Parlamento –Partido Verde, Partido da Esquerda e Sociais Democratas– de passar uma lei que obrigava as siglas a revelarem fontes de doações superiores a 20 mil coroas (R$ 5.900).

A Aliança de Centro-Direita conseguiu barrar a proposta com os argumentos de que a fiscalização interferiria na privacidade e na liberdade dos partidos e de que o montante de doações privadas não seria tão relevante quando comparado ao financiamento público.

Estimativas mostram as doações privadas recebidas: o Partido Moderado aparece com o maior valor, cerca de 30 milhões de coroas suecas (R$ 9,3 milhões); seguido pelos Sociais Democratas, com 3,4 milhões de coroas (R$ 1,06 milhões); Democratas Cristãos, 550 mil coroas (R$ 171, 4 mil); Partido Verde,160 mil coroas (R$ 49,8 mil) e Partido Liberal, 100 mil coroas (R$ 31,1 mil).

No país nórdico, a maior parte do financiamento dos partidos vem do governo –entre 70% e 80%– e o resto, de contribuições privadas, loterias organizadas pelos partidos, pagamentos de membros e venda de materiais. As siglas recebem, anualmente, 333,3 mil coroas (R$ 104,7 mil) por assento no Parlamento.

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Noruega – Monarquia banca dois terços da verba dos partidos

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

JOELMIR TAVARES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O financiamento público é fundamental para a sobrevivência dos partidos políticos na Noruega, país com o terceiro maior PIB per capita do mundo. O dinheiro da monarquia bancou mais de dois terços (68%) da receita das legendas no ano passado.

A maior parte da verba repartida pelo Estado (90%) é distribuída na proporção da votação obtida pela legenda. O restante é dividido entre siglas pequenas.

O premiê norueguês, Jens Stoltenberg, cumprimenta apoiadores ao visitar ato em homenagem às 77 vítimas do ataque extremista de 2011

Para o professor Lars Svåsand, do Departamento de Política Comparada da Universidade de Bergen, a desvantagem do modelo, adotado em 1960, é que as legendas ficaram muito dependentes de subsídios públicos.

“Essa é uma fonte que nunca vai secar. Com isso, os integrantes acabaram se tornando menos importantes para sustentar seus próprios partidos”, diz.

Atividades partidárias, como contribuições dos membros, rendimentos de capital e negócios, são a segunda principal fonte de renda (23%).

Apesar de doações de pessoas físicas e empresas serem permitidas, no ano passado elas responderam por apenas 4,3% da arrecadação dos partidos. Nas eleições brasileiras, esse percentual é superior a 95%.

Há muitas outras diferenças políticas e econômicas entre os dois países.

No país nórdico, são os partidos que recebem as doações, e não as campanhas. Os valores de repasses privados e de gastos das legendas são ilimitados.

Diferentemente do que ocorre no Brasil, os candidatos noruegueses não contam com horário eleitoral gratuito. E as regras são bem mais restritivas: anúncios pagos só podem ser feitos em emissoras locais de rádio.

Na Noruega, comandada pelo rei Olavo 5º, escândalos políticos são raridade. O país é o sétimo do mundo com menos casos de corrupção, segundo a ONG Transparência Internacional. O Brasil é o 69º.

Além disso, o PIB per capita da Noruega é muito maior (US$ 97,2 mil, ante US$ 12,7 mil no Brasil), graças ao tamanho da população –5 milhões de habitantes, ou 2% da brasileira.

A capacidade financeira da Noruega e a implementação de regras claras para os partidos foram os responsáveis pelo sucesso do financiamento público.

“Outro fator crucial é a alta confiança dos noruegueses nas instituições públicas”, afirma Svåsand.

O sistema, no entanto, peca pelo baixo grau de transparência. As legendas têm de prestar contas anuais da arrecadação em certos casos (por exemplo, quando recebem doação superior a 30 mil coroas, ou R$ 10.300), mas não precisam detalhar seus gastos.

Além disso, os documentos contábeis são aprovados por um auditor escolhido pelo partido –os relatórios não são verificados nem por órgãos públicos nem por auditorias independentes.

Sugestões feitas em 2009 pela ONG Grupo de Estados contra Corrupção (Greco, na sigla em inglês) para favorecer a transparência não foram acatadas.

A entidade propôs que os partidos fossem obrigados a entregar balanços das receitas e gastos de campanha. Recomendou também a criação de auditorias independentes e a adoção de punições para quem descumprisse as normas.

O professor Svåsand, que é contra as mudanças propostas, diz que os partidos têm suas próprias formas de auditoria e que a não declaração de gastos é uma forma de manterem autonomia em relação ao Estado.

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Linha do tempo

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

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Sérgio Lazzarini: 'Não vale a pena proibir o financiamento privado'

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

MIGUEL MARTINS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O apoio de empresas a candidatos faz parte do regime democrático, na opinião de Sérgio Lazzarini, autor do livro “Capitalismo de Laços” (Campus), sobre relações entre empresas privadas e o setor público.

Em entrevista à Folha, o professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) defende a criação de um código anticorrupção no Brasil, semelhante ao que existe nos EUA. Ele também afirma que é necessário uma regulamentação mais rígida para o caixa dois. “Para combater, tem que ter punição. Penal. No fundo, caixa dois é lavagem de dinheiro”, afirmou.

Alessandro Shinoda – 1 dez. 2010/Folhapress

FOLHA – Qual sua avaliação sobre o sistema brasileiro de financiamento de campanhas?
SÉRGIO LAZZARINI – As campanhas são muito caras em razão da própria característica do sistema eleitoral brasileiro. Um deputado federal tem que cobrir amplas extensões territoriais, e acaba ficando muito custoso. Também há uma guerra de propaganda cada vez maior. Um candidato contrata um marqueteiro de peso, o outro também, e encarece tudo. Está tudo superfaturado, excessivo. Não precisava disso.

Em que medida o volume de recursos garante o sucesso de uma candidatura? Qual a relação entre financiamento e cacife político?
É muito difícil ganhar sem grandes recursos, a não ser que seja uma alta celebridade. Mas isso não significa que receber muito dinheiro resulte em vitória. O [presidente da Fiesp e ex-candidato a governador de SP Paulo] Skaf, por exemplo. O fato de ele ter sido financiado pela indústria não levou ele ao cargo.

Em que aspectos ficou mais caro ser candidato desde a redemocratização, nos anos 80? E como isso impactou o financiamento de campanhas?
Isso vem do próprio sistema eleitoral, com a regra do voto proporcional em lista. É necessário cobrir uma área muito grande durante a campanha, e, se um candidato receber muitos votos, beneficia também outros que pertencem a mesma sigla. Isso também favorece a guerra publicitária, o chamado “dilema do prisioneiro”: eu faço porque o outro está fazendo.

Que vantagens há para uma empresa em financiar candidaturas?
Há duas coisas que a empresa quer. Uma é o seguro. Por exemplo, começa um rumor de que vai ter uma mudança regulatória que vai afetar negativamente uma empresa. Ela acaba doando para um político que tenha contato com alguém influente em algum ministério. Com isso ela cria um espaço dentro do poder. Outra coisa é o “toma lá, da cá”. A empresa financia, mas exige garantias de que uma determinada obra será feita e espera ter preferência na licitação. Mesmo que o candidato não ganhe a eleição, a doação pode ser interessante para a empresa. Vai sempre ter outro [político] da mesma sigla que venceu, e ele também pode acabar ajudando.

O que é o caixa dois, em sua opinião, e como combatê-lo?
Caixa dois é doação não contabilizada. Para combater, tem que ter punição. Penal. No fundo, caixa dois é lavagem de dinheiro. Engraçado que agora no julgamento do mensalão a defesa era a de que seria apenas caixa dois. A empresa também precisa ser responsabilizada. Ainda não aprovamos um código anticorrupção aqui, como há nos EUA, o Foreign Corrupt Practices Act [lei de práticas corruptas no exterior]. Deveria haver regulamentação para o lobby no Brasil também. Esse código seria importante para criar indicações claras do que pode e o que não pode. O FCPA nos EUA determina, por exemplo, que um diretor cujo gerente esteve envolvido em algum caso de corrupção seja implicado também.

Por que, em sua opinião, muitas empresas têm preferido doar aos partidos a doar diretamente aos candidatos?
Porque nessa situação não se identifica para quem está indo; obscurece a relação. Pode até ser interessante para fortalecer mais o partido e menos o candidato, mas para isso é preciso estabelecer um marco para que as siglas deem mais transparência às distribuições internas.

Como o sr. avalia os mecanismos de fiscalização e regulamentação (do financiamento de campanha) existentes hoje no Brasil?
Está melhorando. É preciso continuar as investigações em várias frentes. Polícia Federal, Tribunais eleitorais, Ministério Público e STF têm que ser independentes. Na investigação da Operação Porto Seguro, falou-se que o ministro da Justiça [José Eduardo Cardozo] não sabia da investigação. Pode ser bom que ele não saiba mesmo (ri). Em termos de regulamentação, seria positivo haver medidas para reduzir o custo da campanha. Como eleitor, francamente, acho um descalabro a quantidade de inserções [anúncios dos candidatos]. É um gasto desnecessário. No meio da novela, começa o Serra a falar mal do Haddad e do mensalão, e depois o Haddad a criticar os tucanos… É repetitivo. A propaganda eleitoral deveria ter horário definido.

Qual a sua opinião sobre limites para arrecadação ou despesas de campanha?
Eu colocaria teto para gasto e teto para doação. O limite de contribuição de empresas é de 2% do faturamento. Uma empresa que ganha R$ 1 bilhão por ano pode doar até R$ 20 milhões. Nos EUA, o limite é fixo, de US$ 40 mil. Em termos de doação, defendo limite tanto para pessoas jurídicas quanto para as físicas. E um limite absoluto, como é nos EUA. Um teto fixo e de baixo valor.

Que avanços no acompanhamento e controle das eleições ocorridos no último quarto de século o sr. considera mais significativos?
O fortalecimento e ascensão dos instrumentos de monitoramento independente é o que há de mais positivo, como Polícia Federal, STF. Do ponto de vista da legislação, nada mudou [em termos de financiamento] desde a lei eleitoral de 1997.

Qual sua opinião sobre financiamento exclusivamente público de campanhas?
Sou contra o financiamento exclusivamente público. Não vale a pena proibir o financiamento privado. Faz parte do sistema democrático a empresa apoiar o candidato, mas é preciso impor limites e punições. Eu manteria o financiamento privado, com mais punição e regulamentação. [Algum grau de subsídio público] É importante para equilibrar o jogo, permitindo que novos partidos e candidatos possam entrar, especialmente os que não recebem atenção da iniciativa privada.

Quais aspectos de financiamento público de campanhas temos hoje no Brasil?
Fundo partidário e propaganda eleitoral gratuita, que envolve também renúncia fiscal dos meios de comunicação. No caso da propaganda eleitoral, há uma distorção: damos muita colher de chá para a mídia. A ONG Contas Abertas estimou um valor muito alto de renúncia fiscal. Mas também não sei se é bom mudar, porque pode gerar um bafafá exagerado.

Quais aspectos de leis estrangeiras sobre financiamento de campanha o sr. consideraria interessante pensar em adotar no Brasil?
Acho positivo adotar um código anticorrupção, como há nos EUA. E podemos fazer toda uma discussão do sistema político. Existe a opção do sistema distrital, que debati com os cientistas políticos daqui, da escola. Sim, o sistema distrital reduz a exposição do candidato. Mas, por outro lado, o candidato pode ficar muito paroquial, preso à sua terrinha. Uma solução pode ser o sistema distrital misto: um candidato eleito no distrito e outro numa circunscrição territorial maior. Acho que a chance disso passar é zero, porque os políticos não querem mudar o sistema. Eu era até a favor [do sistema distrital]. Mas os colegas me convenceram de que não é tão simples. O custo político de mudar o sistema eleitoral é muito grande. É melhor dedicar-se a aprovar uma lei anticorrupção.

Como envolver mais o eleitor na fiscalização das campanhas?
Essa seria uma das vantagens do distrital: fechar o eleitor em uma região em que ele poderia participar mais. No atual sistema, é difícil. Há uma ONG [Voto Consciente] que vai às escolas tentando educar politicamente a meninada. Acho que a juventude perdeu um pouco desse engajamento. Eu peguei um pouco disso, tenho 41 anos. Minha geração, quando estava na faculdade, se mobilizou no caso Collor. Acho que na geração atual isso se perdeu. Entre meus alunos, o interesse por política é perto de zero.

E no tocante ao financiamento de campanha, como avalia a participação do eleitor como doador?
É interessante. Quem vota é o eleitor. A democracia já assume que cada pessoa é um voto. Se todas as doações fossem igualmente distribuídas, não haveria ninguém com poder maior que o de outra pessoa. O Obama estimulou muito isso nos EUA. Para isso aumentar no Brasil, é preciso garantir a transparência, porque o doador vai querer saber o que foi feito de sua doação. Já temos os mecanismos para isso, como Facebook e Twitter, que facilitam na hora de doar.

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Índia - Gastos com campanha são limitados; valor das doações, não

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

MIGUEL MARTINS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na Índia, é comum os partidos lucrarem com as campanhas, diferentemente do que ocorre no Brasil. Isso porque não há limites para doações de empresas e pessoas físicas, mas sim para os gastos eleitorais.

“Os partidos são livres para usar o que precisam nas eleições e ficam com o resto”, afirma M. V. Rajeev Gowda, professor de economia e ciências sociais do Indian Institute of Management Bangalore.

Nas eleições de 2009, por exemplo, o Indian National Congress, o maior partido indiano, recebeu o equivalente a mais de R$ 189 milhões, mas distribuiu apenas R$ 104,5 milhões para seus candidatos.

Indianos participam de ato em apoio a Rahul Gandhi, herdeiro dos Gandhi e membro do Parlamento, em 2011

O limite de gastos é diferente para cada Casa do Parlamento. Os candidatos ao Lok Sabha, a Câmara dos Deputados indiana, podem gastar no máximo o equivalente a R$ 153 mil, enquanto postulantes às assembleias locais, que elegem os membros do Senado, não podem passar de R$ 61 mil.

“O limite de gastos nas eleições é irrealmente baixo, e isso acaba levando a gastos não declarados. Com isso, as receitas também vêm de contribuições ilegais”, afirma o professor.

Em uma tentativa de reduzir a influência do poder econômico na política indiana, em 1968 a então primeira-ministra, Indira Ghandi, chegou a banir contribuições de empresas às campanhas eleitorais.

Em 1985, a regra mudou. Doações de pessoas jurídicas foram aprovadas sob a condição de não excederem 5% da média de seu faturamento nos três anos anteriores às eleições. No Brasil, o limite é de 2% do faturamento do ano anterior.

A transparência na prestação de contas é relativa no sistema indiano. A identidade dos doadores só precisa ser informada se a contribuição superar 20 mil rupias (R$ 765), o equivalente a cerca de quatro salários mínimos em Uttar Pradesh, maior Estado do país. Assim, é comum que grandes doadores pulverizem as doações em vários cheques para não serem identificados na prestação de contas.

“A maior parte das contribuições nas eleições indianas não são declaradas e são em dinheiro. Doadores geralmente querem permanecer anônimos porque têm medo da retaliação de outros políticos que não tenham recebido contribuições”, disse Gowda.

O Estado não financia diretamente as campanhas, mas cede espaço para a  propaganda eleitoral gratuita em rádios e TVs estatais e permite que empresas e pessoas físicas que fazem doações abatam o valor  imposto.

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Márlon Reis: 'Facilidade de burlar lei estimula uso do caixa dois'

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

RAYANNE AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Idealizador da Ficha Limpa e fundador do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral), o juiz Márlon Reis, 42, defende uma reforma eleitoral que amplie o financiamento público de campanha, proíba as doações de empresas e imponha limites às transferências de pessoas físicas.

Para o magistrado, o sistema brasileiro de financiamento está “todo errado”. “A facilidade de burlar a lei estimula a utilização de recursos não contabilizados.”

Sergio Lima – 6 set. 2012/Folhapress

Neste ano, com base na Lei de Acesso à Informação, Reis passou a exigir a prestação de contas preliminares dos candidatos na zona eleitoral onde atua, no Maranhão. A iniciativa levou o TSE a estender a exigência a todo o Brasil.

FOLHA – Qual sua avaliação sobre o sistema brasileiro de financiamento de campanhas?
MÁRLON REIS – O meio não é passível de controle, porque se baseia naquilo que o candidato diz que movimentou. É impossível identificar quem realmente recebeu dinheiro da campanha, pois não há como vincular as receitas às despesas. A própria Justiça Eleitoral não tem estrutura para fiscalizar, e a facilidade de burlar a lei estimula a utilização de recursos não contabilizados. É uma prestação de faz de conta. A base do financiamento são doações feitas por empresas com interesses diretos em futuras decisões do governo. Aquelas que ainda não têm contratos com o poder público doam justamente porque pretendem ser contratadas. Outros problemas são a pulverização de doações por meio de subsidiárias e os repasses aos partidos, que distribuem o dinheiro entre os candidatos. Isso impede que o eleitor saiba antes do pleito quem efetivamente doou, porque só vai aparecer na prestação de contas do partido no ano seguinte ao da eleição.

Em que medida o volume de recursos garante o sucesso de uma candidatura? Qual a relação entre financiamento e cacife político?
O volume não garante, mas favorece. A probabilidade de vitória em uma candidatura com mais recursos fica muito maior, pela capacidade de mobilização de apoios. O dinheiro permite que se coloquem cabos eleitorais a serviço da candidatura. São políticos, ex-mandatários, presidentes de associações e sindicatos que são cooptados financeiramente pelos mais ricos e tratam de assegurar a transferência dos votos que estão na base deles. Os financiadores de campanha tendem a buscar os candidatos que estão bem nas pesquisas. Isso indica a vontade de fomentar uma relação com o futuro mandatário. Há casos em que o eleitorado tem mais independência, mas é exceção.

Em que aspectos ficou mais caro ser candidato desde a redemocratização, nos anos 80? E como isso impactou o financiamento de campanhas?
A propaganda está cada vez mais sofisticada, com profissionais especializados e empresas que demandam altos custos para realizar bem o seu trabalho. Outro fator é o aumento, eleição após eleição, do preço cobrado pelos cabos eleitorais. Eles não apoiam por convicção ideológica ou partidária; apoiam como um negócio. A base dos votos é obtida através da mobilização por líderes pagos, e esse valor tem sido cada vez mais alto. Quanto mais alto o preço é, mais se tem que arrecadar, porque é preciso cobrir os custos. [Compra de apoio] É abuso de poder econômico, mas passa longe dos olhos da Justiça. A exceção foi o mensalão.

Que vantagens há para uma empresa em financiar candidaturas?
A lógica é ter espaço no futuro governo. O financiador de campanha terá mais facilidade em encontrar abertas as portas dos gabinetes –isso quando a relação é mais sadia. Mas muitas vezes acontecem acordos que envolvem o retorno financeiro da empresa mediante a prática de ilicitudes. Essa relação fulmina a futura administração, porque a doação será paga com verbas públicas que não estavam destinadas a isso. E daí advém todo o ressentimento que a sociedade acaba tendo depois com a qualidade de certas administrações.

O que é o caixa dois, em sua opinião, e como combatê-lo?
É dinheiro ilegal, criminoso, e que não pode vir a público justamente pela presença de interesses ilícitos entre doador e financiado. Como se trata de uma relação espúria, ilícita, é preciso ocultar. E assim nasce o caixa dois. A melhor forma de combatê-lo é usar a tecnologia para tornar a prestação de contas mais auditável.

Por que, em sua opinião, muitas empresas têm preferido doar aos partidos a doar diretamente aos candidatos?
Para não terem seus nomes vinculados às imagens de candidatos desgastados, vinculados a práticas de corrupção. Há necessidade de estar com esses candidatos quando eles têm grande chance de vencer em suas bases locais, mas isso não é feito publicamente porque o líder ou o partido está envolvido em escândalos.

Como o sr. avalia os mecanismos de fiscalização e regulamentação (do financiamento de campanha) existentes hoje no Brasil?
O modelo é extremamente ultrapassado. Não se baseia na tecnologia nem é condizente com o nível de proteção das instituições públicas que a sociedade exige hoje. É liberal demais, e precisa ser substituído por um modelo que assegure transparência e auditabilidade das contas. As arrecadações, despesas e prestações de contas são permeáveis à fraude com muita facilidade. O modelo está todo errado, é indefensável. O prazo que o Ministério Público tem para analisar as contas de campanha e representar contra candidatos é curto. Isso enfraquece muito o nosso sistema.

Qual a sua opinião sobre limites para arrecadação ou despesas de campanha?
Eles são fixados pelos partidos de acordo com sua vontade. A lei não prevê limite algum, o que já demonstra como nosso sistema é flácido. A lei das eleições diz que outra lei deve ser editada para fixar o limite de movimentação de recursos de campanha. Só que essa lei nunca foi editada pelo Congresso. Compete aos partidos indicar esses valores, e eles falam o que bem entendem. Hoje, temos um sistema tão ruim que é possível continuar arrecadando mesmo após a eleição. Alguém gasta mais do que angariou –o que já demonstra muito como ele será como governante– e depois vai atrás do que falta? É perigoso alguém já eleito sair arrecadando entre as empresas. Significa que ele mal tomou posse e já está assumindo compromissos com empresas que poderão depois cobrar a fatura.

Que avanços no acompanhamento e controle das eleições ocorridos no último quarto de século o sr. considera mais significativos?
A lei das eleições, que pela primeira vez previu a possibilidade de sanções mais graves para quem burlar o sistema. Ela estabeleceu a perda do mandato em caso de infração às normas de financiamento. O problema é aplicar isso diante das dificuldades que o modelo de financiamento atual apresenta para qualquer tipo de controle. Depois, veio a informatização do voto, que pôs fim à fraude e tornou possível que começássemos a pensar em outros temas além da contagem correta dos votos. Tivemos ainda a lei contra a compra de votos e, mais recentemente, a Lei da Ficha Limpa.

Qual sua opinião sobre financiamento exclusivamente público de campanhas?
Sou a favor da ampliação do financiamento público. Ele deve ser melhor tratado pela legislação para assegurar igualdade e diminuir o impacto dos interesses privados nas campanhas. Defendo a convivência com a doação por indivíduos, só que de forma limitada e submetida a mecanismos de controle e fiscalização. É possível ir mais longe sem comprometer o Orçamento, reduzindo a influência de empresas que depois pesariam muito no orçamento público com o retorno que esperam receber.

Quais aspectos de financiamento público de campanhas temos hoje no Brasil?
O horário eleitoral no rádio e na TV, por exemplo, é importante e eficiente porque abre espaço para que mesmo os que têm menos poder econômico possam aparecer para o eleitorado. Temos também o fundo partidário, cujos recursos podem ser destinados ao financiamento de campanhas.

Quais aspectos de leis estrangeiras sobre financiamento de campanha o sr. consideraria interessante pensar em adotar no Brasil?
Ampliação da presença do financiamento público, incentivo às doações individuais com limites definidos e proibição de doações de pessoas jurídicas, que trazem mais riscos do que os benefícios para o sistema.

Como envolver mais o eleitor na fiscalização das campanhas?
Hoje parte-se do pressuposto de que o eleitor é muito passivo. Ele é visto como o gado a ser manipulado. O sistema deveria ser mais inclusivo e estimular a participação. Seja no financiamento das campanhas, incentivando pequenas doações para os candidatos de sua preferência, seja no controle, criando mecanismos que permitam que o eleitor possa facilmente ter acesso transparente às contas de campanha. Veja o grande número de pessoas se mobilizaram para a aprovação da Lei da Ficha Limpa. Esse tema contagiou as eleições, mas não há espaço para manifestação da vontade do cidadão. Essa vontade é calada artificialmente.

E no tocante ao financiamento de campanha, como avalia a participação do eleitor como doador?
Uma das maiores esperanças que eu tenho é ver o eleitor tornar-se protagonista. Mas isso não deve acontecer agora no Brasil porque o próprio sistema não recomenda. Não é racional fazer doação individual num modelo baseado em doações de bancos, empreiteiras e mineradoras, como é hoje.

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Alemanha - País tenta equilibrar fundos públicos e privados

Por Marcelo Soares
31/12/12 00:00

RAYANNE AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os cidadãos são incentivados a doar pequenas quantias para as campanhas eleitorais alemãs. Quase metade dos fundos de campanha vem do bolso de filiados, detentores de cargos eletivos e outros eleitores.

Pulverizado, o financiamento individual funciona como contrapeso ao poder econômico de empresas e do Estado sobre a linha partidária.

“[Como no Brasil] Também não confiávamos muito nos partidos, mas isso foi mudando gradativamente à medida que passamos a ter mais transparência”, diz Michael Koss, presidente do capítulo alemão da ONG Transparência Internacional.

A chanceler alemã, Angela Merkel, comemora reeleição como líder do partido com mais de 97% dos votos, no início de dezembro

A cultura das doações individuais começou no final da década de 1960, quando foi instituída a obrigatoriedade de revelar nomes de grandes doadores e limites para dedução de impostos em doações.

O modelo misto de financiamento de partidos no país, com aporte de recursos públicos e
privados, não prevê limites para doações ou gastos. Apesar disso, as empresas respondem atualmente por apenas 5% em média das receitas partidárias. Por outro lado, 90% a 95% das contribuições privadas são inferiores a € 50 mil (R$ 135,6 mil).

Koss é favorável à proibição de doações acima desse valor, mas diz que a limitação poderia justificar um aumento da parcela do financiamento público –cujo teto em 2012 foi de € 150,8 milhões (R$ 409 milhões) e, por lei, não pode exceder 50% da receita partidária.

“O modelo é ponderado. Há um equilíbrio quando fundos públicos e privados têm o mesmo peso”, avalia. “Diminuir os subsídios seria uma alternativa menos confiável, porque deixaria os partidos na mão das empresas.”

Para estimular a participação do cidadão no financiamento e ao mesmo tempo manter baixos os valores das contribuições, a lei prevê restituição mediante abatimento de impostos de 38% em doações individuais de até € 3.300 (R$ 8.800).

A distribuição do financiamento público varia de acordo com a votação do partido nas eleições anteriores (mínimo de 0,5%) e com o volume arrecadado em pequenas doações individuais (até € 3.300).

PONTOS FRACOS

Entre os problemas do modelo alemão, Koss cita a fiscalização e o controle das contas partidárias, que são de responsabilidade do presidente do Parlamento alemão. A divulgação dos dados demora em média um ano e meio. “Isso precisa ser melhorado. Mas, se um partido recebe mais de € 50 mil (R$ 135,6 mil), tem até seis semanas para tornar isso público.”

Ele critica ainda a falta de transparência sobre o patrocínio de convenções partidárias por empresas. “Não há controle sobre esse dinheiro. Ele é incluído de forma genérica nas prestações de contas sob a rubrica ‘receitas de outras fontes’, de modo que não é possível ver quem doou quanto para o partido.”

Segundo Koss, especula-se que as verbas de patrocínio girem em torno de 1% a 2% das receitas partidárias. “Mas esse número está aumentando, e isso nos preocupa”, afirma.

Outras fontes de financiamento partidário incluem participações em negócios –as legendas são livres para investir em gráficas ou outros tipos de empresas, desde que os lucros sejam aplicados apenas em atividades partidárias. A maior parte dos investimentos declarados pelos partidos, porém, está no vermelho.

“Estamos longe de ser um país livre de escândalos, mas, comparado ao cenário internacional, diria que o sistema de financiamento tem funcionado muito bem, principalmente de dez anos para cá”, afirma Koss.

O último grande escândalo envolvendo financiamento partidário foi em 1999, quando recaíram suspeitas de ilegalidades sobre o ex-chanceler Helmut Kohl.

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